quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

UMA FÁBULA DE AMOR!!

E ela se deixou apaixonar pelo sonhador...
Não qualquer um...mas pelo seu sonhador
Aquele que saciou o brilho dos teus olhos
O que sentiu teu coração pulsando forte
A cada vez que o pensamento voava longe
E dentro dos seus sonhos ela saboreou
O melhor sorriso na sua face e se completou
Navegou por sua alma, enxergou sua essência
Explorou os seus sentidos e fez dele o seu habitar
....Adormeceu dentro dos seus sonhos
....E ela resistiu para nunca mais acordar
Aquele que seria o melhor sonho da sua vida
Amar o seu sonhador e fazer daqueles momentos mágicos
A bela história!! A sua mais bela fábula de amor.

(Kity Araújo)

Tanto amor
Jenario de Fátima
Porque te agitas coração magoado?
E te estremeces assim deste jeito?…
Onde é que cabe tanto amor guardado
Neste tão frágil pequenino peito?
Porque te bates tão desesperado
Se pouco ou nada mais pode ser feito?
Se quem tu sonhas tanto do seu lado,
Já nem mais sabes quem és tu direito?
Oh! Coraçãozinho insensato e tolo,
Entregue ao tempo o que te aflige agora.
Pense que ainda possa haver consolo,
Em qualquer coisa seja qual ela for.
Pense também que exista mundo afora
Quem queira um pouco de seu tanto amor.
A lua em Brasilia esta liiiiiiiiiiiiiiinda.
(Jenário de Fátima)

Ah Lua... minha doce Lua amada,
Não tens ideia quanta madrugada
Eu passei a te fita como dissesse assim:

Oh tu que iluminas tudo ai de cima,
Não fique presa apenas nesta rima,
Procure e traz de volta meu amor pra mim.
Andorinhas

 Quando em criança, lembro das tardinhas
 E da côr rubla, de tantos ocasos.
 Bem lá no centro das lembranças minhas
 (...E ai me enchem d'água os olhos rasos!

 Me vem o voo sutil das andorinhas,
 Que ao frenesi do seu bater de asas,
 Cruzavam o céu em sinuosas linhas,
 Fazendo evoluções no vão das casas.

 Recordo ainda o que mamãe dizia;
 - São as Andorinhas, aves benfazejas,
 Deus as fez só pra alegrar Maria

 Que iam brincar com seu Jesus menino.
 Por isso hoje moram nas igrejas
 Nas altas torres onde bate o sino.

(Jenário de Fátima)
TEU CHEIRO

Quero estar amor contigo perto
Para expor-te todos sentimentos
Mostrar meu peito nu e descoberto
para que ouça os seus batimentos

Pouco me importa se isso é o certo
Quero doar-te em todo atrevimento
Mostra-te a alma, o coração aberto
Em cada hora, cada vão momento

Quero teu cheiro, quero teu perfume
Quero teu facho tua luz, teu lume
Pra me deixar o corpo todo em brasa

Quero teu cheiro suave de sândalo
Quero teu grito, quero teu escândalo
Quando fazemos amor pela casa.
(Graciela Cunha e Jenario de Fátima)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Construtor de sonhos

Sou um operário , construtor de sonhos.
A minha obra nunca se completa,
Se um sonho altero, outro se arquiteta,
Se um sonho escondo, outro mostro, exponho.

De minha lida nunca me enfadonho.
Nem mesmo quando a alma se inquieta.
Nem mesmo quando a alma se projeta,
Num sonho ousado, difícil, medonho...

È assim que sou, assim que me vejo.
Meio esclerosado, meio sem juízo.
De sonho em sonho, desejo em desejo

Eu vou arrastando meu mundo indeciso.
Talvez nunca tenha nada que desejo
Mas pra sobreviver ... eu sonhar preciso

Jenário de Fátima

sábado, 12 de janeiro de 2013


Fulgor


Jenario de Fátima

Eu passo a noite, garimpando estrelas,
Buscando a que mais pulsa, a que mais brilha
E o caminho de Santiago é a trilha
Que passo na intenção de recolhê-las.

Insano, lá no céu, penso prendê-las,
Nas linhas de hipotética armadilha.
Porém, se uma se solta e desvencilha,
Eu fico aqui tristonho por perdê-la.

Com os meus amores é tambem assim,
Prendo-os, só quando me delira a mente.
Mas logo se soltam, se afastam de mim.

Somem-se ao meio de fugazes cenas,
E tão igual a luz da estrela cadente,
Duram um segundo...um segundo apenas!

Brasilia 25-01-07

Jenario de Fátima

Eu passo a noite, garimpando estrelas,
Buscando a que mais pulsa, a que mais brilha
E o caminho de Santiago é a trilha
Que passo na intenção de recolhê-las.

Insano, lá no céu, penso prendê-las,
Nas linhas de hipotética armadilha.
Porém, se uma se solta e desvencilha,
Eu fico aqui tristonho por perdê-la.

Com os meus amores é tambem assim,
Prendo-os, só quando me delira a mente.
Mas logo se soltam, se afastam de mim.

Somem-se ao meio de fugazes cenas,
E tão igual a luz da estrela cadente,
Duram um segundo...um segundo apenas!

Brasilia 25-01-07
Que assim seja...

Que novo tudo seja ano que vem.
E que se faça sim, o que não se fez.
E o que não der certo se tente outra vez
E que de cada meta se vá mais alem.

E que se vença agruras que a vida tem.
E que jamais se cale ante a insensatez.
E que nunca se implore o amor de ninguém
E que cada sorriso multiplique em três.

E se acaso houver um não como resposta.
Que não se esmoreça, refaça a aposta
Ate que as coisas se ajeitem bem.

E que ninguém perturbe a paz dos passarinhos
E que eles cantem pros que são sozinhos
E que assim se seja... Seja assim... Amem

Jenario de Fátima
BALANÇO

Tudo passa, enfim tudo é passageiro.
Passa o tempo e as vezes nem percebemos
Que as rugas que nos cobrem, que nós temos
São as provas de que o tempo anda ligeiro.

Vai dezembro, vem ai novo janeiro.
Repetindo a dança de tantos anos
E de novo o mesclar de tantos planos,
Nos confunde em o que fazer primeiro.

Entretanto quando olhamos lá pra trás,
Ao saber que o que passou, não volta mais
No produto entre que foi choro ou riso

Há uma soma que se cala e emudece,
Que as vezes, muitas vezes, se parece
Que a vida só tem dado prejuízo.

Jenario de Fatima

"Não se acostume com o que não o faz feliz.
revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças..
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o".

Fernando Pessoa
 
Mulher bem dotada

Agradeço teu bem querer
Pouca pintura até que gosto
Apertar a cintura jamais vou querer
De magreza nem quero saber

A mulher bonita tem que ter
Gordurinha para que possa pegar
Sem bundão para atenção chamar
Belo caimento de calça ela deve ter

Que laço de fita, que nada
Em alguns lugares bem dotada
Deixar a anaconda elevada
 
Na hora do vamos ver
Ser mulher e ser adulta
Por dentro só o dr. poderá dizer    (NApontes)
Fuga

Estamos sempre ajuntando pedaços,
Das nossas muitas quebrações de cara.
E se uma ferida cicatriza,sara
E desaparece até de nossos traços,

A inocência que nos leva os passos,
Com queda nova, logo se depara
E novamente a alma vem e separa
Nossos caquinhos e os amarra em laços.

E nestes laços sempre,sempre deixa,
Um suspiro...uma súplica...uma queixa
E a face marcada de profunda ruga.

Mas deixa mais...deixa um intenso frio.
Deixa um espaço,um enorme vazio
De um belo sonho que partiu em fuga!...


Jenario de Fátima
24 de maio 2006

domingo, 6 de janeiro de 2013

Eu

Florbela Espanca

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...


Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...


Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...


Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!




in «Livro de Mágoas»,
‎" Sensual "


Ainda sinto o teu corpo ao meu corpo colado;
nos lábios, a volúpia ardente do teu beijo;
no quarto em solidão, desnuda, ainda te vejo,
a olhar-me com olhar nervoso e apaixonado...

Partiste!... Mas no peito eu sinto a ânsia e o latejo
daquele último abraço inquieto e demorado...
- Na quentura do espaço a transpirar pecado,
ainda baila a figura estranha do desejo...

Não posso mais viver sem ter-te nos meus braços!
- Quando longe tu estás, minha alma se alvoroça
julgando ouvir no quarto o ruído dos teus passos...

Na lembrança revejo os momentos felizes,
e chego a acredita que a minha carne moça
na tua carne moça até criou raízes!...

( J G de Araujo Jorge - coletânea -
" Poemas do Amor Ardente" 1a ed. 1961 )

sábado, 5 de janeiro de 2013

SE TU VIESSES VER-ME... 

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca...o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte...os teus abraços...
Os teus beijos...a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...

Florbela Espanca

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


É noite pura e linda.

Abro a minha janela
E olho suspirando o infinito céu,
Fico a sonhar de leve em muita coisa bela

Fico a pensar em ti e neste amor que é teu!



D’olhos fechados sonho. A noite é uma elegia
Cantando brandamente um sonho todo d’alma
E enquanto a lua branca o linho bom desfia
Eu sinto almas passar na noite linda e calma.



Lá vem a tua agora… Numa carreira louca
Tão perto que passou, tão perto à minha boca
Nessa carreira doida, estranha e caprichosa



Que a minh’alma cativa estremece, esvoaça
Para seguir a tua, como a folha de rosa
Segue a brisa que a beija… e a tua alma passa!…



Florbela Espanca

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013


ALBANO MARTINS,

POEMA PARA HABITAR

A casa desabitada que nós somos
pede que a venham habitar,
que lhe abram as portas e as janelas
e deixem passear o vento pelos corredores.
Que lhe limpem os vidros da alma
e ponham a flutuar as cortinas do sangue
– até que uma aurora simples nos visite
com o seu corpo de sol desgrenhado e quente.
Até que uma flor de incêndio rompa
o solo das lágrimas carbonizadas e férteis.
Até que as palavras de pedra que arrancamos da língua
sejam aproveitadas para apedrejarmos a morte.

in UMA COLINA PARA OS LÁBIOS (Afrontamento, 1993)


SUPREMO ENLEIO

Florbela Espanca

Quanta mulher no teu passado, quanta!
Tanta sombra em redor! Mas que me importa?
Se delas veio o sonho que conforta,
A sua vida foi três vezes santa!



Erva do chão que a mão de Deus levanta,
Folhas murchas de rojo à tua porta...
Quando eu for uma pobre coisa morta,
Quanta mulher ainda! Quanta! Quanta!



Mas eu sou a manhã: apago estrelas!
Hás-de ver-me, beijar-me em todas elas,
Mesmo na boca da que for mais linda!



E quando a derradeira, enfim, vier,
Nesse corpo vibrante de mulher
Será o meu que hás-de encontrar ainda...


in «Charneca em Flor», 1930

Estou mais perto de ti
porque te amo.
Os meus beijos 
nascem já na tua boca.
Não poderei escrever 
teu nome com palavras.
Tu estás em toda a parte
e enlouqueces-me.

Canto os teus olhos
mas não sei do teu rosto.
Quero a tua boca
aberta em minha boca.
E amo-te
como se nunca
te tivesse amado
porque tu estás em mim
mas ausente de mim.

Nesta noite
sei apenas dos teus gestos
e procuro o teu corpo
para além dos meus dedos.
Trago as mãos
distantes do teu peito.

Sim,
tu estás em toda a parte.
Em toda a parte.
Tão por dentro de mim.
Tão ausente de mim.
E eu estou perto de ti
porque te amo.

Joaquim Pessoa

Vem !

Vem me contar um segredo
E que sua morna respiração
Chegue primeiro e
Na base do ouvido,
Que as palavras percam o sentido.

Vem!

Vem me abraçar,
Fazer todos os contatos
Dividir o mesmo quarto,
Se perca para eu te achar!

Vem!

Vem dividir essa vida
Me dar paz e acolhida
Me receber em seus braços.

Vem!

Vem viver, rir, acontecer
Compartilhar, dividir,
Se encontrar, sentir,
Olhar nos olhos….
E se deixar apaixonar,

Vem!

Betânia Uchôa
 
" Pecadores "

Ali - no canto escuro do jardim
não havia o menor sinal de gente...
Só nós dois. .. E eu então, sensualmente
beijei-te a boca... o seio... tudo enfim...

Nem eu sei bem dizer o que se sente,
quando estreitei teu corpo junto a mim...
- Embriaguei-me talvez... completamente...
- naquele canto escuro do jardim...

Fui ousado, bem sei... Dizias: - não!
- mas não pude te ouvir sentindo aquela
tão louca e indescritível sensação

E pequei. . . - Pecaria outro qualquer
- Foi mais culpado o Deus que te fez bela
e ele - o Demônio -, que te fez mulher!


J.G. de Araujo Jorge - coletânea -
"Poemas do Amor Ardente " 1a ed. 1961
 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

CONTO DE FADAS

Florbela Espanca

Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o unguento
Com que sarei a minha própria dor.


Os meus gestos são ondas de Sorrento...
Trago no nome as letras duma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...



Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é de oiro, a onda que palpita.



Dou-te,comigo, o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa do conto: «Era uma vez...»

terça-feira, 1 de janeiro de 2013


Quantas vezes, disse não,
Mas, o coração não falou
Ele não obedeceu à razão
E convence-lo não fui capaz
Mesmo perdendo a paz
Pra você ele me levava
Porque muito te amava.

Quantas vezes, eu tentei
Convencer-lo que iria sofrer
Iludi-lo, até que procurei,
Sem êxito, pois ele te queria
De uma maneira intensa
Que nada fazer podia
Tua vontade, eu não resistia.

Quantas vezes, nós brigamos
Na tentativa dele te deixar
Pois, via o quanto eu sofria,
O quanto mergulhava na dor
Por este platônico amor
Mas, brigas inúteis
Tentativas vãs, fúteis.

Ataíde Lemos

CECÍLIA VILAS BOAS, 

INQUIETUDE

Ouço-te silêncio.
Diz-me o que sinto
O que anseio
O que me sufoca!

Esta inquietude permanente
Sem razão aparente de ser
O vazio profundo
Do querer e não querer.
Estou aqui
Vou, não sei onde
De onde venho, não recordo!

Nas horas aladas do desencontro
Fecho as pálpebras da vida
Perfumo de tomilho a alma
E parto, nas pétalas dos lírios brancos.
VOLÚPIA

Florbela Espanca

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!



A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!



Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!



E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...
Quando
no meio da noite
o silêncio
invadir tua vida...
Quando
teu abafado grito
trouxer ao teu peito
o eco de uma saudade,
Vejas o tempo lá fora
em raios de prata
a derramarem-se
sobre as flores
a pendularem
com a sinfonia alegre do vento
sob os raios de luar!

E saibas pois,
que ninguém
jamais só estará,
mesmo que tenham-se ido os amores...
O gosto que se tem
e que da vida é salutar,
mesmo que tudo pareça perdido,
Que sempre é tempo
de recomeçar,
Sem pressa e sem temer
O quando e o que será.

(F. Elíude P; Galvão)