segunda-feira, 2 de julho de 2012

           Desencanto 

Eu faço versos como quem chora
De desalento. . . de desencanto. . .
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente.


Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.


E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,

Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.

((Manoel Bandeira))



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